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A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque já arranjou tacho. A partir de dia 7 de Março vai passar a integrar a administração da Arrow, uma empresa anglo-saxónica especializada na angariação e recuperação de dívida pública e privada e de análise de risco. Maria Luís será administradora não executiva com funções nas áreas de auditoria e risco.
A polémica surgiu porque a Arrow adquiriu o ano passado duas sociedades portuguesas Whitestar Asset Solutions e a Gesphone, por 48 milhões e euros, cujos activos sob gestão em Portugal atingem 2300 milhões de euros. Em 2014 a Whitestar tinha comprado ao Banif, em que o estado era o maior accionista, cerca de 300 milhões de euros de crédito mal parado e com esta operação o banco obteve uma mais valia na ordem de 40 milhões. Para além disso, a Oitante, sociedade criada para “limpar” os activos tóxicos ao Banif, abriu um concurso para venda de créditos em risco e imóveis, no valor de 1500 milhões de euros e contratou para avaliar o valor dessa carteira a Whitestar.
Maria Luís Albuquerque emitiu um comunicado ontem à tarde onde confirma ter sido contratada pela Arrow mas que não terá participação nas decisões sobre negócios em concreto, em Portugal ou noutros países, e que nenhuma decisão tomada pela empresa no passado foi condicionada ou influenciada por qualquer tipo de decisão que ela tenha tomado.
Este assunto tem agora de ser apreciado pela subcomissão de ética do Parlamento, uma vez que a agora deputada deveria cumpri o chamado período de nojo, no qual os titulares de cargos públicos, quando cessam funções, não podem exercer actividade nos ramos que tutelaram. A comissão de inquérito do Banif também deverá avriguar este assunto por causa do que escrevi em cima.
Foto do site do Público.
Há 1 ano aqui na Espuma dos Dias.