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Depois da muita propaganda feita pelo governo, começam a dizer-se as verdades sobre o "sucesso" da emissão de dívida realizada por Portugal na 4ª feira em que foram colocados 2,5 mil milhões de euros a 5 anos, uma taxa de juro de 4,891% - o famoso regresso aos mercados.
Em 1º lugar, este resultado era expectável já que não faria sentido avançar para uma operação deste tipo sem que o sucesso não estivesse garantido à partida. No dia anterior a Espanha também tinha ido aos mercados colocando 1,21 mil milhões de euros a 3 meses, a um juro que passou dos 1,195% pagos em dezembro para os 0,441%, e 1,58 mil milhões de euros de dívida com prazo a 6 meses, indo pagar 0,888% de juros, enquanto que em dezembro o juro foi de 1,609%.
Para os mercados, a recessão, o desemprego e o fraco crescimento económico parecem não ter pesado na decisão dos mais de 90% de investidores internacionais que compraram dívida portuguesa. Para eles o que interessa é receber juros de países que já há algum tempo não iam aos mercados.
Este clima favorável deve-se muito ao apoio do BCE aos países mais endividados. Se esta situação tivesse surgido mais cedo, Portugal não teria precisado de um resgate. A teimosia de Espanha deu resultado.
Há 1 ano aqui na Espuma dos Dias.