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Estava marcado para as 21h o regresso de José Sócrates à política. A entrevista começou 7 minutos depois, antes passaram vários anúncios.
A última vez que o tinhamos ouvido foi a 5 de Junho de 2011, quando perdeu as eleições legislativas.
Iniciou a entrevista dizendo que estava de volta para "tomar a palavra" e "participar no debate público".
Falou 92 minutos, que passaram a correr tendo em conta tudo o que era necessário ser dito. O tema abordado durante mais tempo foi o PEC 4. Só no fim se falou nas PPP's e no endividamento do país. Também teve alguns minutos para falar no que devia ser feito já para tirar o país da situação em que se encontra. Não atacou em nenhum momento o PS, a contrário do que muitos esperavam.
Agora vamos ficar à espera do comentário semanal, onde falará da chamada espuma dos dias. José Sócrates vai ser o Mário Soares dos tempos de António Guterres na oposição.
Ficam aqui algumas das declarações mais importantes:
- "Há um tempo para o silêncio e um tempo para falar. Pretendo (no meu caso é um direito e um dever) tomar a palavra por duas razões: passaram dois anos e não aceito ser confrontado com todas as responsabilidades que os meus adversários me querem atribuir";
- "Quatro ex-líderes políticos do PSD são comentadores na televisão [e] acham que eu não tenho esse direito?";
- "Posso confirmar que coloquei como condição trabalhar pro bono, sem receber nada da RTP, por dever cívico";
- "Durante duas longas semanas diz um apelo aos líderes políticos para se discutir o PEC 4. Era uma solução para a crise, como em Espanha e em Itália";
-"Sempre me opus ao pedido de ajuda internacional. Lutei com todas as minhas forças contra isso (...) Olho para trás e vejo que lamentavelmente muitas instituições baixaram os braços enquanto eu lutava";
-"Ouve-se dizer que foi a troika que provocou essas alterações ao memorando, mas a decisão de somar mais austeridade foi do governo";
-"Em 2009 vínhamos de três anos sem aumentos dos funcionários públicos. [Podia ter alterado?] É mais fácil dizê-lo agora do que na altura. Algum partido se opôs a isso? (...) É muito fácil falar depois. Manuela Ferreira Leite achou bem este aumento";
-"os encargos líquidos com as PPP que eu deixei são menores do que aqueles que recebi";
-"eu nunca devia ter formado um governo minoritário, permanentemente acossado por uma Assembleia da República que só queria mais despesa";
-"Este governo tem um problema de comando político, tem hoje um desgaste e não vejo condições para desenvolver o que será necessário fazer";
-"Só quem tem medo da democracia é que pode ter medo dos meus comentários".
Excertos retirados do site da TSF.
Há 1 ano aqui na Espuma dos Dias.