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Urbano Tavares Rodrigues, destacado intelectual comunista e figura cimeira da cultura portuguesa, apesar de pouco conhecido pela população, deixou-nos aos 89 anos. O escritor estava já internado há 3 dias no Hospital dos Capuchos.
A 6 de Dezembro de 1923 nasceu em Lisboa, filho de uma família de grandes proprietários agrícolas de Moura, Alentejo.
Autor de uma vasta obra literária, em vários domínios da escrita – romance, novela, conto, teatro, poesia, crónica, ensaio, jornalismo, viagens – e onde os valores humanos que nortearam toda a sua vida – liberdade, justiça social, paz, solidariedade, fraternidade - estão presentes.
Também foi jornalista, tendo trabalhado no Diário de Notícias (para onde entrou logo em 1946), Diário de Lisboa, Artes e Letras, Jornal do Comércio e O Século.
Urbano Tavares Rodrigues teve também uma intensa actividade política, iniciada muito cedo e com ligação ao PCP, que se prolongou ao longo de toda a sua vida. Depois do 25 de Abril, teve uma intervenção activa no processo revolucionário e na luta em defesa das conquistas da Revolução, tendo integrado o Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa do PCP, chegando a ser candidato a deputado pelo círculo da emigração.
O último título de Urbano Tavares Rodrigues foi "A Imensa Boca dessa Angústia e outras Histórias", editado em Abril passado pela D. Quixote.
Nos últimos anos tinha "alguma mágoa por ver a vida afastar-se de si". Mas um sinal de vitalidade é o filho de 7 anos, António. Para ele Urbano deixou uma carta que dizia que era a grande herança que lhe deixava e que deveria abri-la aos 10 anos.
No início de Julho fez chegar à sua editora na Dom Quixote, Cecília Andrade, aquele que será o seu último livro, "Nenhuma Vida", a publicar ainda este ano.
Há 1 ano aqui na Espuma dos Dias.