A espuma dos dias

O processo para algo semelhante acontecer não é fácil. Mesmo que o Marcelo tivesse falado com a ministra, que a ministra falasse com a directora da DGS , que falasse com as equipas médicas... era preciso que as equipas médicas apresentassem um relatório pormenorizado, onde validassem a necessidade desse medicamento. Bastava 1 dos especialistas colocar em causa os resultados, potenciais, para o processo encalhar ali. É o que acontece com muitos medicamentos experimentais e/ou caros. 
Acredito mais que terá sido algum médico, que participou nalgum dos 80000 milhões de congressos, realizados anualmente pelo mundo inteiro, para promover o medicamento, que terá tido contacto com os médicos brasileiros e soube do caso. O próprio laboratório interessava-lhe, não só para vender o medicamento, como para comparar os resultados em 2 pessoas "iguais mas, diferentes". Depois disso, era apresentar o caso à direcção do hospital, que veria se existiam fundos, na DGS, que permitissem esse tratamento. 
Mesmo que Marcelo fizesse milhões de telefonemas (como alegaram os jornalistas), dificilmente conseguia aprovar o tratamento, se não existissem bases clínicas para tal. 
(Até acredito que quem tenha promovido o tratamento é dirigente sindical e quis subir na lista de convidados, dos laboratórios, para participar em mais congressos, com a dispensa de serviço a passar de 90 dias anuais para 180 dias, ainda hoje é muito usado, em conjugação com milhares de sindicatos, com 1 a 4 membros, que permitem greves semanais, onde só perdem o subsídio de alimentação, que foram iniciados pela bastonária dos enfermeiros com o apoio de advogados, do 2 partido mais votado.)