A espuma dos dias

O erro foi cometido a partir de 2013... com o avançar dos juros para o lado negativo, para incentivar o "cash flow" e o investimento, a banca ganhou uma margem gigante (na banca portuguesa são "só" 653000 milhões de euros) e ainda há o lado de que o cifão das cripto operações, se tem despenhado diariamente como milhares de milhões de dólares a desaparecer, sem deixar rasto. O mesmo para aqueles grandes fundos de investimentos, que pagavam 30000 milhões para comprar e vendiam por 300000 milhões, na semana seguinte, pagando 3000 milhões a advogados, 100 milhões a políticos e 50000 milhões a "operadores de mercado", sendo que se queixavam dos 20000 euros que pagavam em impostos e taxas.
Até a inflação não estabilizar nos 1,5%, os juros vão continuar a subir. É que a Lagarde (nem os directores gerais) não diz a razão principal: não são os empréstimos para habitação que são o alvo, são os empréstimos pessoais (793000 milhões de euros é o valor que os portugueses devem em empréstimos, 306000 milhões são em empréstimos até 5 anos) e os cartões de crédito (494000 milhões de operações em Portugal). A subida dos juros para 4% já dará margem para a taxa máxima para cartões de crédito (16,9%) e para créditos individuais/pessoais (12,5%) possam subir mais 3%. Se os juros estiverem a 4,75% no final do ano, os cartões de crédito terão uma taxa máxima de 22,5% e os outros de 17%. É aqui que o BCE quer cortar o alavancar dos salários. E temos já um buraco (46000 milhões) que foram as férias já marcadas pelos portugueses. Quase 43000 milhões são pagos por créditos, nalguns casos a 36 meses.